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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lobo-guará um animal que corre risco de extinção no cerrado



O lobo-guará ou guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo nativo da América do Sul. A sua distribuição geográfica estende-se pelo sul do Brasil, Paraguai, Peru e Bolívia a leste dos Andes, estando extinto no Uruguai e talvez na Argentina, e é considerado uma espécie ameaçada. O Brasil abriga o maior número de animais; dos cerca de 25.000 indivíduos da espécie, cerca de 22.000 estão em território brasileiro.[1] Os biomas de sua ocorrência no Brasil são: Cerrado, Pantanal, Campos do Sul, parte da Caatinga e Mata Atlântica.

A espécie não está diretamente ligada a nenhum outro gênero de canídeos e aparentemente é uma relíquia da fauna plistocênica da América do Sul, que desapareceu na maioria após a formação do Istmo do Panamá.
Características
O lobo-guará mede cerca de 1 metro no ombro e pesa entre 20 e 25 kg. A sua pelagem característica é avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço,lombo, patas e ponta da cauda que são de cor preta,podendo na ponta da cauda,das orelhas e do papo ser da cor branca. Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma alcatéias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução.
Reprodução
A gestação dura em média 65 dias[2] e resulta em ninhadas de até seis crias[3] sendo dois o número médio de crias[2] que nascem entre junho e setembro.[3] Os filhotes nascem pretos, com a ponta da cauda branca e pesam entre 340 gramas e 410 gramas. Sua maturidade sexual acontece com um ano de idade.[3] o lobo guará tem seus filhotes somente no mês de junho e quando nascem a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho.
Dieta
O lobo-guará caça preferencialmente de noite e ataca pequenos mamíferos roedores e aves, mas a sua dieta tem uma forte componente omnívora. Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem com esta planta uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nemátodos, e em contrapartida tem um papel fundamental na dispersão das sementes desta planta.
Riscos de Extinção
Embora não se enquadre na categoria crítica da IUCN, corre alto risco de extinção na natureza a médio prazo, em função do declínio populacional e da extrema fragmentação da área de ocupação. O tamanho populacional está se reduzindo, com probabilidade de extinção na natureza em 100 anos. As principais ameaças ao lobo-guará vêm da conversão de terras para agricultura, do fato de ser suscetível a doenças de cães domésticos, que competem com eles por alimento, e de acidentes como atropelamentos em estradas.
Iniciativas de conservação
A espécie ocorre em várias áreas protegidas na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e, possivelmente, Peru. Na Argentina está classificada entre as espécies em perigo (EN), e no Brasil consta da lista de espécies ameaçadas. Sua caça é proibida no Brasil, Paraguai e Bolívia. Embora não existam iniciativas de conservação dedicadas à espécie, esta se beneficia dos projetos de proteção do cerrado.

No Brasil é encontrado nos Parques Nacionais de Brasília, das Emas, da Chapada dos Veadeiros, do Araguaia, da Serra da Canastra, Grande Sertão Veredas, da Serra do Cipó, da Chapada dos Guimarães, da Serra da Bodoquena, Ilha Grande, Aparados da Serra, da Serra Geral, São Joaquim, da Serra da Bocaina, do Itatiaia. Ocorre também nas Reserva Ecológica do Roncador e nas Estações Ecológicas Águas Emendadas, Uruçuí-Una, Serra das Araras, Pirapitinga e Taiamã. Ainda, nos Parques Estaduais Ibitipoca, Itacolomi, Nascentes do Rio Taquari, Caracol, Itapuã, Turvo, Cerrado e Vila Velha.Em Minas Gerais a RPPN, (Reserva Particular do Patrimônio Natural) no santuário do caraça também ajuda muito nesse aspecto, pois além de colocar o lobo como uma interessante e atrativa imagem aos turistas, também o preserva, alimentando-o.

Desenvolvem-se estudos ecológicos e de variabilidade genética da espécie em várias instituições de pesquisa brasileiras: na Associação Pró-Carnívoros, CNPq, União de Ensino do Planalto Central, USP, Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, EMBRAPA e Universidade de Brasília.

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